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Onde estivestes de noite

Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja. Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja.
Clarice Lispector

Meu eu

Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se trata de intuição, mas de simples infantilidade.Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. Há um perigo: se reflito demais, deixo de agir. E muitas vezes prova-se depois que eu deveria ter agido. Estou num impasse. Quero melhorar e não sei como. Sob o impacto de um impulso, já fiz bem a algumas pessoas. E, às vezes, ter sido impulsiva me machuca muito. E mais: Nem sempre os meus impulsos são de boa origem. Vêm, por exemplo, da cólera. Essa cólera às vezes deveria ser desprezada; outras, como me disse uma amiga a meu respeito, são:cólera sagrada. Às vezes minha bondade é fraqueza, às vezes ela é benéfica a alguém ou a mim mesma. Às vezes restringir o impulso me anula e me deprime, às vezes restringi-lo dá-me uma sensação de força interna. Que farei então? Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.

Você me faz te querer



E esse tal de sentimento que me confunde e me causa calafrios. Me faz pensar em você a todo momento te tornando em uma curiosidade plena, um desejo súbito e arriscado que me faz querer correr o risco.

Eu quero ser livre.

Sim, eu admito que não consigo mais viver sem ti e que em um certo ponto você se tornou o meu ar, mas será que isso me faz bem? Será que você tem que ser o suficiente pra mim? Será que eu devo me contentar apenas com você. Confesso que não é fácil. Sonho alto e tenho outras realidades em mente. Me sinto presa e ao mesmo tempo satisfeita, é tudo tão confuso.
De verdade, queria que isso tudo fosse diferente, que não nós prendêssemos um ao outro, queria ter amizades diferentes e longe da minha rotina, pessoas que quando eu as vissem me levassem pra outro patamar completamente diferente do que eu vivo, talvez você pudesse estar comigo, ai a felicidade estará completa, mas ainda assim me sentiria presa a você. Queria ser mais livre, mas se eu tivesse asas pra voar garanto que as cortaria porque me acostumei com apenas uma realidade, você!
Me sinto tão abafada que as vezes me dá vontade de gritar isso tudo na tua cara, não como um confronto e sim como um desabafa. Colocar pra fora tudo o que está preso aqui dentro a muito tempo como uma bomba relógio esperando a hora certa para explodir.
Queria ser como uma águia que vôa sem rumo pelo imenso céu sem destino. 
Sentindo tudo isso descobrir que você é muito para mim, mas não o suficiente. Eu preciso de muito mais, não que eu não esteja satisfeita, mas não posso me privar da vida tão cedo sendo que nem a conheço direito. E posso garantir que você sente o mesmo. Me apeguei demais a você e você a mim e tornamos isso o suficiente sem saber o grande impacto que isso nos causaria no futuro. Vamos mudar isso juntos sem nos afastar e tornamos suficientes um para o outro sem que isso atinja as nossas vidas. 


Posso ter defeitos, viver ansiosa e ficar irritada algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar uma autora da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo.

E Só não desista dos seus sonhos. Deus tem o melhor pra você, lembra que ele está perto, ele sefre com você. Não desista dos seus sonhos, a dor com um tempo vai passar entrega toda a tua angústia pro Conslador cuidar.

Talvez...

E quem disse que o tempo não nos faz bem? Pois pra mim ele foi ótimo!
Digamos que quando eu queria uma coisa não ligava para minha auto-estima e muito menos para o meu bem-estar, apenas queria aquilo e pronto. Talvez isso fosse uma qualidade, mas muitas vezes se tornava um defeito. Defeito esse que me fazia mal e muitas vezes fazia com que eu me sentisse humilhada, completamente um lixo.
Hoje posso ver o quanto eu deixei as pessoas pisarem em mim e muitas vezes me transformando em um fantoche para elas e garanto que não gosto nem um pouco. Se ao menos eu tivesse a cabeça e que tenho hoje garanto que muita coisa seria diferente. Teria errado menos, chorado menos, me machucado menos, me "dado" menos. Mas talvez se isso tivesse acontecido eu chegaria a um ponto que me tornaria quase nada.
Teria receio de arriscar com medo de errar e teria perdido toda a diversão em fracasar e ter que criar forças para dar a volta por cima. E eu dei.
Posso dizer com toda certeza que eu amadureci e não me arrependo dos erros cometidos, das insistências sem fundamento, muito menos dos tapas na cara que tomei e das inumeras vezes que ofereci a outra face. Tenho uma concepção formada em minha cabeça e não deixo ninguém mudar, se quero corro atrás até conseguir or mais que isso me faça sofrer. Afirmo sem verganha que já sofri muito por insistência inútil que hoje tornou-se de grande ultilidade. Tenho minha recompença e agradesso muito. Aprendi a me valorizar mais e concretizar que em todo momento é PRIMEIRO EU, SEGUNDO EU E TERCEIRO EU e o "resto" a gente resolve.
E digo de boca cheia.. ME ORGULHO DE QUEM EU ME TORNEI!

Luiz Fernando Veríssimo

M – Aonde você vai?
H – Vou sair um pouco.
M – Vai de carro?
H – Sim.
M – Tem gasolina?
H – Sim… coloquei.
M – Vai demorar?
H – Não… coisa de uma hora.
M – Vai a algum lugar específico?
H – Não… Só rodar por aí.
- Não prefere ir a pé?
H – Não… vou de carro.
M – Traz um sorvete pra mim!
H – Trago… Que sabor?
M – Manga.
H – Ok… Na volta eu passo e compro.
M – Na volta?
H – Sim… senão derrete.
M – Passa lá, compra e deixa aqui.
H – Não… Melhor não! Na volta.. é rápido!
M – Ahhhhh!
H – Quando eu voltar eu tomo com você!
M – Mas você não gosta de manga!
H – Eu compro outro… de outro sabor.
M – Aí fica caro…. Traz de cupuaçu!
H – Eu não gosto também.
M – Traz de chocolate… Nós dois gostamos.
H – Ok! Beijo… volto logo…
M – Ei!
H – O que?
M – Chocolate não… Flocos…
H – Não gosto de flocos!
M – Então traz de manga prá mim e o que quiser prá você.
H – Foi o que sugeri desde o começo!
M – Você está sendo irônico?
H – Não… tô não! Vou indo.
M – Vem aqui me dar um beijo de despedida!
H – Querida! Eu volto logo…. depois.
M – Depois não…. quero agora!
H – Ta bom! (Beijo)
M – Vai com o seu ou com o meu carro?
H – Com o meu.
M – Vai com o meu… Tem CD player… O seu não!
H – Não vou ouvir música… Vou espairecer.. .
M – Tá precisando?
H – Não sei… Vou ver quando sair!
M – Demora não!
H – É rápido… (Abre a porta de casa.)
– Ei!
H – Que foi agora?
M – Nossa! Que grosso! Vai embora!
H – Calma… Estou tentando sair e não consigo!
M – Porque quer ir sozinho? Vai encontrar alguém?
H – O que quer dizer?
M – Nada… Nada não!
H – Vem cá… Acha que estou te traindo?
M – Não… Claro que não… Mas sabe como é?
H – Como é o quê?
M – Homens!
H – Generalizando ou falando de mim?
M – Generalizando.
H – Então não é meu caso… Sabe que eu não faria isso! 
M – Ta bom… Então vai.
H – Vou.
M – Ei!
H – Que foi cacete?
M – Leva o celular, estúpido!
H – Prá quê? Prá você ficar me ligando?
M – Não… Caso aconteça algo, estará com celular.
H – Não… Pode deixar…
M – Olha… Desculpa pela desconfiança. .. Estou com saudade… só isso!
H – Ok meu amor… Desculpe-me se fui grosso. Ta. Eu te amo!
M – Eu também!
M – Posso futricar no seu celular?
H – Prá quê?
M – Sei lá! Joguinho!
H – Você quer meu celular prá jogar?
M – É.
H – Tem certeza?
M – Sim.
H – Liga o computador.. . Lá tem um monte de joguinhos!
M – Não sei mexer naquela lata velha!
H – Lata velha? Comprei pra a gente mês passado!
M – Ta. Ok… Então leva o celular senão eu vou futricar…
H – Pode mexer então… Não tem nada lá mesmo…
M – É?
H – É.
M – Então onde está?
H – O quê?
M – O que deveria estar no celular mas não está…
H – Como!?
M – Nada! Esquece!
H – Ta nervosa?
M – Não… Tô não…
H – Então vou!
M – Ei!
H – Que ééééééé?
M – Não quero mais sorvete não!
H – Ah é?
M – É!
H – Então eu também não vou sair mais não!
M – Ah é?
H – É.
M – Oba! Vai ficar comigo?
H – Não vou não… Cansei… Vou dormir!
M – Prefere dormir do que ficar comigo?
H – Não…. vou dormir, só isso!
M – Está nervoso?
H – Claro porra!!!
M – Por que você não vai dar uma volta para espairecer?

O Milagre da Canção de um Irmão - Fato Verídico


Como qualquer mãe, quando Karin soube que um bebê estava a caminho, fez tudo o que foi possível para ajudar o seu outro filho, michael, com três anos de idade, a se preparar para a chegada. Os examesmostram que era uma menina, e todos os dias Michael cantava perto da barriga de sua mãe. Ele já amava a sua irmãzinha antes mesmo dela nascer.
A gravidez se desenvolveu normalmente, no tempo certo, vieram as contrações. Primeiro, a cada cinco minutos; depois a cada três minutos; então, a cada minuto uma contração. Entretanto, surgiram algumas complicações e o trabalho de parto de Karin demorou horas. Todos discutiam a necessidade provável de uma cesariana.
Aré que, enfim, depois de muito tempo, a irmãzinha de Michael nasceu. Só que ela estava muito mal.
Com a sirene no último volume, a ambulência levou a recém-nascida para a UTI neonatal do Hospital Saint Mary. Os dias passaram. A menininha piorava. O médico disse aos pais: "Preparem-se para o pior. Há muito pouca esperança".
Karin e seu marido já pensava em iniciar os preparativos para o funeral. Alguns dias atrás estavam arrumando o quarto para esperar pelo novo bebê. Hoje, os planos eram outros.
Enquando isso, Michael todos os dias pedia aos pais que o levassem para reconhecer a sua irmãzinha. "Eu quero cantar pra ela", ele dizia.
A segunda semana de UTI entrou e esperava-se que o bebê não sobrevivesse até o final dela.
Michael continuava insistindo com seus pais para que o deixassem cantar para sua irmã, mas as crianças não eram permitidas na UTI. Entretanto, Karin decidiu. Ela levaria Michael ao hospital de qualquer jeito. Ele ainda não tinha visto a irmã e, se não fosse hoje, talvez não a visse viva. Ela vestiu Michael com uma roupa um pouco maior, para disfarçar a idade, e rumou para o hospital. A enfermeira não permitiu que ele entrasse e exigiu que ela o retirasse dali. Mas Karin insistiu: "Ele não irá embora até que veja a sua irmãzinha!"
Ela levou Michael até a incubadora. Ele olhou para aquela trouxinha de gente que perdia a batalha pela vida. Depois de alguns segundos olhando, ele começou a cantar, com sua voz pequenininha: "Você é o meu sol, o meu único sol.Você me deixa feliz mesmo quando o céu está escuro".
Nesse momento, o bebê pareceu reagir. A pulsação começou a baixar e se estabilizou. Karin encorajou Michael a continuar cantando. "Você não sabe querida, quanto eu te amo. Por favor, não leve o meu sol embora..."
Enquanto Michael cantava, a respiração difícil do bebê foi se tornando suave. "Continue, querido!" ,pediu Karin, emocionada. "Outra noite, querida, eu sonhei que você estava em meus braços..." O bebê começou a relaxar. "Cante mais um pouco, Michael." A enfermeira começou a chorar. "Você é o meu sol, o meun único sol. Você me deixa feliz mesmo quando o céu está escuro... Por favor, não leve o meu sol embora..."
No dia seguinte, a irmãzinha de Michael já tinha se recuperado e em poucos dias foi pra casa.
O Woman's Day Magazine chamou a história essa "O milagre da canção de um irmão". Os médicos camaram simplesmente de milagre. Karin Simmons Knapp chamou de milagre do amor de Deus.
Esta é uma história verídica. Aconteceu em 1991, no hospital Saint Mary, em Knoxville, Estados Unidos. Ninca abandone aquele que você ama. O amor é incrivelmente poderoso.

Ser amigo é:

Ser amigo é mais do que estender a mão, é se dispor a cair junto se for preciso para ajudar o outro. Ser amigo é mais do que dizer que sempre estará por perto, é sempre estar por perto. Ser amigo não é apenas rir junto, é, principalmente, chorar junto. Porque qualquer um pode estar por perto quando o mar esta calmo, mas somente os amigos de verdade seguram sua mão quando a tormenta aparece.

Ser amigo é se importar, torcer, vibrar com o outro. É ligar quando o amigo esta passando por um momento decisivo em sua vida como uma entrevista para um bom emprego, um encontro com a pessoa dos seus sonhos ou uma simples prova para algum concurso.
Ser amigo é falar o que for preciso para mostrar o caminho certo, mesmo que isso não agrade. É colocar o próximo em primeiro lugar. Numa amizade não existe egoísmo, incerteza ou ingratidão.

Mas o que acontece quando duas pessoas que tem visões diferentes sobre a amizade ficam amigas? Provavelmente uma delas sairá magoada e, provavelmente, será a que tem a idéia mais utópica sobre tal laço. Ela fantasia algo que beira a perfeição. Fantasia que nada pode ser capaz de destruir esse sentimento, que distância alguma consegue separar, que desentendimento nenhum pode abalar... E, quando percebe que uma simples brisa causa rachaduras na sólida rocha, surge em sua cabeça um turbilhão de perguntas, desapontamentos e tristezas.

Dizer a alguém que é seu amigo é assumir uma série de compromissos, é estar disposto a fazer sacrifícios, é se prontificar a perder o tempo que for preciso para apaziguar a mente e a alma do outro. Ser amigo não é dar noticia todos os dias, mas também não é desaparecer e não dar sinal de vida.

Mas o que é ser amigo para você?

Creditos à: Iuri de Pedaços de quase nada
 Ganheei essas selinho de uma amiga minha Taiane Brito do blog Reticências... vale a pena visitar. Obg amiga *-*


& repasso-os para:
Pedaços de quase nada

Lembrança de morrer (Álvares Azevedo)

Quando em meu peito rebentar-se a fibra, 
Que o espírito enlaça à dor vivente, 
Não derramem por mim nenhuma lágrima 
Em pálpebra demente.

E nem desfolhem na matéria impura 
A flor do vale que adormece ao vento: 
Não quero que uma nota de alegria 
Se cale por meu triste passamento. 

Eu deixo a vida como deixa o tédio 
Do deserto, o poento caminheiro, 
– Como as horas de um longo pesadelo 
Que se desfaz ao dobre de um sineiro; 

Como o desterro de minh’alma errante, 
Onde fogo insensato a consumia: 
Só levo uma saudade – é desses tempos 
Que amorosa ilusão embelecia.

Só levo uma saudade – é dessas sombras 
Que eu sentia velar nas noites minhas… 
De ti, ó minha mãe, pobre coitada, 
Que por minha tristeza te definhas!

De meu pai… de meus únicos amigos, 
Pouco - bem poucos – e que não zombavam 
Quando, em noites de febre endoudecido, 
Minhas pálidas crenças duvidavam.

Se uma lágrima as pálpebras me inunda, 
Se um suspiro nos seios treme ainda, 
É pela virgem que sonhei… que nunca 
Aos lábios me encostou a face linda!

Só tu à mocidade sonhadora 
Do pálido poeta deste flores… 
Se viveu, foi por ti! e de esperança 
De na vida gozar de teus amores.

Beijarei a verdade santa e nua, 
Verei cristalizar-se o sonho amigo… 
Ó minha virgem dos errantes sonhos, 
Filha do céu, eu vou amar contigo!

Descansem o meu leito solitário 
Na floresta dos homens esquecida, 
À sombra de uma cruz, e escrevam nela: 
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.

Sombras do vale, noites da montanha 
Que minha alma cantou e amava tanto, 
Protegei o meu corpo abandonado, 
E no silêncio derramai-lhe canto!

Mas quando preludia ave d’aurora 
E quando à meia-noite o céu repousa, 
Arvoredos do bosque, abri os ramos… 
Deixai a lua pratear-me a lousa!

Meus oito anos - Casimiro de Abreu

Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a Lua beijando o mar!

Oh, dias da minha infância!
Oh, meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberto o peito,
— Pés descalços, braços nus —
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava as Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

Soneto - Álvares de Azevedo

Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar! Na escuma fria
Pela maré das águas embalada...
- Era um anjo entre nuvens d'alvorada,
Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! o seio palpitando...
Negros olhos, as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...

Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!

Delírios de Amor - 'Autoria Própria²'

Deitada em minha cama ao seu lado,
Faz me sentir como se eu fosse a última mulher do mundo.
Envolvendo teu corpo no meu
Em um único abraço.


Acaricia-me suavemente
E me beija no pescoço descendo pela barriga.
Provocando-me arrepios da cabeça aos pés
Sinto-me como flutuasse em nuvens.


Aliso teu rosto suave e beijo os teus lábios macios
Me fazendo delirar, criando uma caham
Que me alenta e me consome.


Mas me deparo com uma luz forte
Perfurando a cortina da janela, fazendo-me despertar
E percebo que tudo não passava de um sonho.



Digam o que achou do texto!

Doce Ausência - 'Autoria própria'

Hoje, estou eu aqui mais uma noite
Me sinto sozinha, anceiando a sua presênça.
Mas tenho que me contentar com a companhia
Das estrelas e da lua, que brilham sobre
A janela do meu quarto.

Ouvindo músicas que me fazem lembrar você,
Sinto como se os nossos pensamentos estivessem conectados.
Mas isso é apenas vontade.
E a saudade me faz te querer cada vez mais, criando ilusões
Em minha mente, me tornando vulnerável a ela.

A brisa suave trás teu doce perfume até mim
Fazendo o meu coração desparar.
Escuto à tua voz meiga falando no pé do meu ouvido
Que me ama e não pode viver sem mim.
Com os olhos fechados vejo o teu rosto
E com ele, trás um lindo sorriso esbranquiçado.

Mas logo, logo me dou conto que
São apenas ilusões da minha cabeça.
Resultado da sua Doce Ausência.


Digam o que achou do texto!